Olá, permitam apresentar Henrique personagem dessa crônica.

Ele nasceu em uma família bastante religiosa que sempre o ensinaram a amar o próximo como a si mesmo, o amor fraternal, etc., mas por muito tempo não teve irmãos e quase não interagia com crianças. Isso fez com Henrique tivesse muita carência de amigos e durante toda a juventude ele buscou na escola, na igreja e em todos os ambientes por onde passou o amigo que seria para vida toda, o amigo que se formariam juntos, namorariam, casariam e morariam próximos e seus filhos também fossem amigos.

Com alguns acontecimentos da vida, mesmo depois de adulto ele continuava sozinho e se dedicou a ajudar as pessoas quando elas precisavam e quando não precisavam também.

Gostava de reunir as pessoas que conhecia em sua casa para almoços e jantares. Adorava estar em grupos por isso sempre que ia fazer algum passeio levava alguém, mesmo que precisasse pagar todas as despesas sozinho. Henrique sonhou em montar uma nova família, uma família de amigos escolhidos pelo coração.

As pessoas sempre o diziam que ele era um grande amigo, que era prazerosa sua companhia, era um irmaozão, etc.

Mas um dia Henrique estava só e procurou por um e por outro e não encontrou ninguém. Ele foi compreensível, estavam todos ocupados em suas vidas, mas a semana passou, o mês, o bimestre e ele percebeu que se ele não corresse atrás, ninguém ligava para ele. Seu celular não tocava, nem um sms procurando saber se ele estava vivo.

E os monstros da infância apareceram dizendo que não adiantava o amor fraternal, todo o esforço para arrumar amigos de verdade, isso não era para ele. Provavelmente ele sufocava as pessoas querendo tratar tão bem delas quando elas não queriam isso. Ele questionou porque as pessoas não diziam isso a ele e os monstros riram fartamente e perguntaram se ele realmente acreditava na coragem e na sinceridade das pessoas.

Dessa vez ele não teve como vencer os monstros. Só quem poderia derrota-los era a ligação ou um sms espontâneo, mas mesmo assim ele tentou. Mandou um sms para o ultimo amigo a se afastar, mas não teve resposta.

Henrique então se rendeu ao inimigo. Dedicou-se ao trabalho e estudos, esse sim o distraia, divertia-o embora de vez em quando o aborreça também, mas uma coisa ele aprendeu, jamais deixou alguém lhe dizer que o amava ou o considerava como amigo ou ate mesmo da família.

Não que ele não soubesse que existem verdadeiros amigos, seu coração estava muito ferido e ele escolheu se proteger.

Não é bom, nem gostoso ser só, mas é melhor não ter ninguém do que perder tanta gente.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.