Olá amigos!

Essa semana foi uma das mais tristes que já tivemos nos últimos tempos.

ECONOMIA

Na economia tivemos o anúncio da saída da Ford do Brasil. Depois de 102 anos de história a Ford vai manter apenas escritórios e concessionárias em território nacional.

Só de empregos perdidos diretamente serão mais de 5.000. Lembrando que no entorno de um indústria automobilística há várias outras empresas que também sobrevivem dela fornecendo peças, mão de obra e outros serviços.

Considerando toda essa atividade econômica em torno da montadora, a quantidade de desempregados imediatos e posteriores decorrente desse anuncio será muito grande.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi as redes sociais dizer o que pensa sobre esse caso:

@RodrigoMaia O fechamento da Ford é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional. O sistema que temos se tornou um manicômio nos últimos anos, que tem impacto direto na produtividade das empresas.
@RodrigoMaia Espero que essa decisão da Ford alerte o Governo e o parlamento para que possamos avançar na modernização do Estado e na garantia da segurança jurídica para o capital privado no Brasil.

Outra questão que traz bastante preocupação é que empresas como a Ford não tomam descisões como essa por causa de um ou dois anos. Eles trabalham com perspectivas de décadas e isso acende a luz de alerta porque demonstra que o Brasil não deve melhorar e ser atrativo por um bom tempo.

Os que tentaram diminuir o impacto dessa notícia, disse que o fechamento da Ford no Brasil faz parte de uma reestruturação mundial da montadora e que portanto não teria a ver com as ações do governo brasileiro. Tal justificativa ficou sem muita credibilidade quando a Ford anunciou que continuará com a produção no Uruguai e Argentina.

O presidente disse que a Ford está saindo do Brasil porque ele cortou o incentivo fiscal que a montadora tinha. E mais uma vez foi desmentido.

Cabe aos governadores dos estados atingidos atrair outros investidores interessados em montar empresas nas regiões afetadas a fim de aproveitar a mão de obra ociosa.

Outra notícia que abalou o início da semana, também relacionada a economia, foi que o Banco do Brasil iria fechar várias agências e iniciar um plano de demissão voluntária. A justificativa do banco é que com a evolução tecnológica não é mais necessário ter tantas agências e funcionários como antes.

Porém, o presidente da república ficou muito irritado com a atitude do presidente do Banco do Brasil e o ameaçou inclusive de demissão. Agora nos resta esperar pelos próximos capítulos dessa novela política-econômica.

SAÚDE

Na saúde tivemos uma enorme tragédia. Com o aumento dos casos e internações por Covid-19 o sistema de saúde de Manaus entrou em colapso. Pessoas no chão sem uma maca para deitarem. Equipes da saúde fazendo refeições juntos aos pacientes, ratos correndo por alguns hospitais.

Na quinta-feira acabaram os cinlindros de oxigênio nos hospitais. Médicos e equipes de saúde desesperados pedindo ajuda nas redes sociais por que os pacientes estavam morrendo asfixiados.

Artistas e influenciadores digitais começaram a arrecadar dinheiro para comprar cilindros de oxigênios e outros materiais necessários para enviar ao Amazonas. Mas não é fácil transportar uma carga com um risco tão grande de explosão.

Os veículos de imprensa noticiam que o Brasil teve a oportunidade de comprar um avião que poderia fazer esse transporte, mas não o fez. Agora depende da ajuda dos EUA para nos mandar um avião deles que possa nos ajudar.

Quem se prontificou a ajudar o Brasil nessa situação caótica foi Nicolas Maduro. Pasmem, o Brasil precisando da ajuda da Venezuela (que vive um caos em todos sentidos por causa da ditadura instaurada pelo Chavismo). Um dos comentários das redes sociais foi e se fosse ao contrário? E se fosse a Venezuela precisando do Brasil? Jair Bolsonaro enviaria ajuda humanitária a eles?

E depois de muita discussão em torno da eficácia da Corovac na semana passada, o instituo Butantan anúnciou que a eficácia global da Coronavac é de 50,38%. Ou seja, mesmo vacinados, 50,38% das pessoas correm o risco de serem infectados de forma leve pelo vírus. Ela é 78% eficaz para casos moderados e 100% eficaz para casos graves.

O importante desses resultados é que em caso de contaminação por pessoas já vacinadas, esses pacientes dificilmente precisarão ir ao médico, por desenvolverem apenas sintomas leves ou ficarem assintomáticos, e mesmo precisando de uma consulta, não precisarão de internação em enfermaria ou UTI.

A Anvisa passou a semana analisando as vacinas Coronavac e a de Oxford. Com a possibilidade muito grande de serem autorizadas para uso emergencial, o governo federal comprou todas as vacinas já produzidas e importadas pelo Butantan. Ao todo são seis milhões de doses e comprou dois milhões de dozes da vacina de Oxford que foi fabricada na Índia.

No dia combinado o avião decolou do aeroporto de Viracopos com escala em Recife para ir buscar as vacinas. Mas após a decolagem do avião o governo indiano disse que não irá autorizar a exportação do produto enquanto a população de risco de lá não for vacinada. Agora ainda não há prazo para que as vacinas sejam trazidas ao Brasil.

A Russia pediu a Anvisa a autorização para uso emergencial da Sputnik V, mas a Anvisa negou o pedido. A Russia se pronunciou que mandará mais documentação a fim de esclarecer o que ficou faltando para aprovação.

Mas para contrapor a toda essa tragédia, hoje, dia 17 de janeiro, a Anvisa aprovou o uso emergencial das vacinas Coronavac e a de Oxford.

O governo federal anunciou para o dia 20 o início da vacinação em todo o território nacional para profissionais da saúde da linha de frente, índios e quilombolas. Mas o governador de São Paulo, João Dória, que havia prometido o início das vacinas para o dia 25/01 independente do calendário nacional, vacinou no Hospital das Clinicas de São Paulo a enfermeira Monica Calazans, 54 anos, diabética e obesa, portanto, do grupo de risco.

Monica é mulher negra, moradora de Itaquera e trabalha na UTI do Hospital Emílio Ribas. Ela é um exemplo dessas pessoas que levantam cedo e gastam mais de uma hora para se deslocar e salvar vidas no hospital referência de doenças infecciosas de São Paulo e que faz parte do complexo do Hospital das Clínicas.

Nos EUA, mesmo com a vacinação ocorrendo, cotinua aumentando os recordes de mortes por dia por causa da Covid-19. Lá chegam a morrer mais de 4 mil pessoas por dia.
O presidente eleito, Joe Biden, anunciou um pacote econômico que prevê investir mais de US$ 400 bilhões só para combater a pandemia e mais de US$ 1 trilhão para ajudar a economia americana que tem sofrido muito nesse período.

POLÍTICA

A tragédia de Manaus expôs ainda mais a ineficiencia do governo federal. Vieram a tona, por exemplo, que enquanto o governo zerou a alíquota de impostos das armas, aumentou e mais de 14% a alíquota do cilindro de oxigênio no país.

Na sexta-feira houve panelaço por todas as capitais brasileiras. Hoje, domingo, voltou a ter panelaços pedindo a saída do presidente.

No congresso vários outros pedidos de impeachment começaram a chegar, claro além dos que já estavam lá.

Mesmo assim não há votos suficientes hoje para abertura de um processo de impeachment. Além disso há votação para presidentes da câmara e no senado no dia 01/02/2021. Se os candidatos apoiados pelo governo ganharem essas eleições, o impeachment estará totalmente descartado, mas caso ganhem os candidados apoiados pelos atuais presidentes das casas, Jair Bolsonaro pode não concluir o terceiro ano de mandato.

E com isso estamos diante de um impasse. Pois um terceiro impeachment em pouco mais de trinta anos de redemocratização mostra uma instabilidade política muito grande. Ainda mais sendo o último e esse tão próximos um do outro. Mas o que seria pior para o Brasil? Manter Jair Bolsonaro até o fim do mandato também é um risco enorme.

Outro ponto a se preocupar é que mesmo com toda a incapacidade do atual presidente, seus adversários não tem se preparado para as eleições de 2022 e caso chegue até elas com direitos políticos, Jair Bolsonaro com certeza estará no segundo turno com probabilidade de ganhar.

Pois um terço da população continua fiel a ele, independente do que ele faça e o restante não tem um representante que faça os outros 70% se unirem para derrubar o bolsonarimos.

O PT saiu muito enfraquecido das eleições municipais. Ainda pesa sobre eles o petrolão e os escandalos mostrados pela Lava Jato.

Sergio Moro está com sua biografia muito manchada depois que ficou escancarado seu projeto de poder. Usou-se de seu cargo como juiz federal para tirar de cena seu maior adversário político, Lula. Inclusive pode ser votado ainda no primeiro semestre no STF uma ação que questiona sua parcialidade na Lava Jato. Dependendo do resultado desse julgamento o processo em que Lula foi condenado pelo caso do Triplex do Guarujá pode ser anulado.

Luciano Hulk tem uma rejeição muito grande por parte da população. Sem um nome forte como era o de Sergio Moro dificilmente ele conseguirá alguma coisa e se perceber que não tem chance pode nem se candidatar como fez na última eleição desistindo em cima da hora.

E João Dória, governador de SP, o estado mais importante da federação, tem se desgastado a cada dia. No início da pandemia quando se desvinculou da imagem de Bolsonaro, a quem recorreu para surfar na onda bolsonarista de 2018, e o enfrentou fechando o estado e controlando a pandemia com números aceitáveis, agora perdeu muito de seu prestígio quando colocou SP na fazer vermelha, a mais restritiva do plano SP, no final do ano e foi para Miami.

Teve que voltar as pressas e pedir desculpas, mas o estrago já estava feito e suas desculpas não foram aceitas. Além disso a confusão em torno do anúncio da eficácia da Coronavac também desgastou sua imagem. Veremos como ficará daqui para frente quando a politização em torno da doença deve diminuir.

Nos EUA Joe Biden assume a Casa Branca na próxima quarta-feira, dia 20. Se por um lado as nações aliadas e seus eleitores respiram aliviados, por outro lado os extremistas de direita, apoioradores de Donald Trump não devem dar trégua tão cedo. Mas com certeza serão tempos menos sombrios na maior economia e democracia do planeta.

Esses são alguns dos destaques dessa semana e ficamos aqui lutando por dias melhores para sempre.

Abraços, Sam.

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