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É incrível como o sucateamento da educação pode gerar tantos prejuízos à sociedade. Em torno de quarenta anos atrás o Brasil vivia o auge de uma ditadura militar onde a imprensa e as artes eram censuradas, havia restrições aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime. Milhares de pessoas presas, “desaparecidas” leia-se mortas e outro tanto exilados no exterior.
Com muita luta e união de vários políticos que hoje tem formas de pensar diferentes, em 1985 terminava esse período que jamais deve voltar, mas nunca ser esquecido.
O problema que a falta de educação e memória do brasileiro fez com que o horror dessa época ficasse no esquecimento e uma parte nojenta da classe política brasileira começou a distorcer a história e saudosamente aclamar boas ações que nunca existiram nesse período.
Com um discurso mentiroso anticorrupção e com a ajuda de membros do ministério público e do judiciário tão mentirosos, corruptos e porque não dizer bandidos como eles, enganaram parte da sociedade brasileira levando essa parte podre da direita ao poder em 2018.
O detalhe é que se somarmos os votos da oposição, brancos e nulos e os que não foram as urnas, essa direita extremista foi eleita com a minoria dos votos, mas conduziram o país por quatro anos. Tenebrosos quatro anos, onde a educação e saúde foram ainda mais sucateadas, as mentiras (fake news) foram espalhadas como nunca tínhamos visto antes, a inflação foi a patamares elevadíssimos e a classe média e baixa foram jogados em uma crise com altos índices de desemprego.
Mas como tudo nesse mundo tende ao equilíbrio, mentiras foram desvendadas, juízes e procuradores públicos desmascarados e o líder da oposição foi solto e voltou para os braços do povo.
Em outubro de 2022, Luís Inácio Lula da Silva é eleito pela terceira vez presidente da República Federativa do Brasil.
Porém extremistas que enaltecem ditadores assassinos, não compactuam com a democracia e muito menos aceitam as decisões da sociedade através das urnas.
Começaram assim diversos atos antidemocráticos como, fechamento das estradas por parte de seus apoiadores, acampamentos em frente a quarteis do exército pedindo golpe de estado, uma tentativa de um atentado ao aeroporto de Brasília na véspera do Natal e o maior ato antidemocrático desde 1985 com a invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Superior Tribunal Federal no dia 08 de janeiro de 2023.
Depredaram os prédios, quebraram e vandalizaram os objetos dos três poderes da República e durante horas a sociedade brasileira assistiu incrédulos, ao vivo pela TV e pela Internet a rebelião de bolsonaristas que não aceitaram o resultado das urnas.
Mas a democracia, tal como uma árvore que se dobra ao meio em meio a um vendaval e depois volta a sua estrutura anterior, não cedeu. Unidos o presidente da república, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e a presidente do Superior Tribunal Federal, mantiveram o poder dos eleitos pelo povo, reconstruíram os prédios, restauraram objetos e trouxeram de volta à normalidade o Estado Democrático de Direito.
Assim como os tempos tenebrosos da ditadura jamais devem ser esquecidos para que nunca mais voltem a acontecer, o dia 08 de janeiro de 2023 também jamais deve ser esquecido como dia que a democracia resistiu ao seu maior ataque.
Se hoje podemos continuar criticando as ações dos integrantes dos três poderes, se continuamos com liberdade de expressar nossas opiniões sem sermos perseguidos, é porque a democracia resistiu.
Quem viveu o dia 08 de janeiro de 2023 pôde acompanhar um dia histórico. Um dia que será estudado nas escolas e poderá daqui a alguns se tornar até um feriado, como dia da democracia.
E a cada cidadão brasileiro resta a missão de defender a democracia, até mesmo para ter a liberdade de discordar de seus governantes.
Só com a democracia teremos dias melhores para sempre.
Abraços, Sam.